quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O desejo.


O meu desejo se torna insuportável, o desejo que sempre tive, mas nunca pronunciei em caso algum, e pretendo não pronunciar enquanto não se faz presente, o espero ansiosa para poder viver sem vida, feliz, talvez seja comum, mas não com tamanha intensidade, não tão almejado, não tão decidido, me olho e me vejo, me vejo feita, me vejo em um futuro presente, em um espaço ideal, tão igual, e ao mesmo tempo tão diferente, me expresso, me decido, me dedico, me satisfaço, me igualo. Calada mostro milhões de expressões, prefiro não falar, gosto do subentendido, do mistério, do ar que fica, dos movimentos feitos sem querer, mas que falam sem parar, dos olhos fixos, das bocas com poucos sorrisos que são mais felizes que todas as outras, dos toques dos corpos. Não fala nada, não estraga o momento, apenas sinta, perceba o quanto o invisível é bonito, o quanto expressa, o quanto mostra, mas que só é mostrado se percebido, se visto como é, o invisível pode ser visto apenas por aqueles que o decidem ver com os olhos que não tem, e que quando o vê, acaba, e percebe que toda a graça que tinha acabou, e se visto de novo não o é mais, cada qual pode decidir quando ver, em que momento, mas nem todos conseguem o atrair, apenas o sufocam, mas tenho em mim e em meu desejo, que todos possam o observar o mais de perto possível, e ver que o invisível é bonito de mais para não se ver.

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