quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sentir-ia.



Depois de muito tempo eu ainda te guardo comigo, eu ainda penso em você, quando a musica toca é você que eu lembro, quando falam seu nome é nos momentos que penso, quando em alguns momentos alguém me toca, é você que eu sinto, mas não te tenho mais comigo, não em presença, mas ainda há ciúmes, sentimento, mágoa, desejo e saudade, há tudo isso sem haver você, e sentir o sentido sozinha é não fazer sentido do sentir.

Sem sentido.


Mais uma vez estou aqui, sentada a frete do mar imaginando como poderia ser minha vida se tudo fosse diferente, se tudo tivesse um novo sentindo, as ondas chegam, molham, nos dá uma ótima sensação, e vão embora, e eu penso, tudo na vida é assim, vem, entra de alguma forma em nossas vidas, deixam qualquer tipo de marca, e saem, simplesmente saem, se misturam a outras partes de ondas, que são pessoas, e não sabemos quem veio e quem voltou. E se tudo fosse diferente? Se eu não nascesse? E se eu morresse? É, elas não tem respostas, mas não faz mal, é isso que nos faz humanos, duvidas duvidosas, cheias de duvidas, eu tenho tanto a perguntar, a responder, a questionar, mas sou vetada do mundo, do espaço, eu me sinto assim, eu me sinto em um imenso debate de corpos estranhos e sujos, não só os deles, mas o meu, o nosso, o seu, e nesse debate a minha mão se levanta e não se baixa eternamente, mas meus questionamentos não sou ouvidos, e nem minhas respostas são respondidas, e nada faz sentido mais uma vez, e eu vivo, eu faço parte disso sem me meter, sem ser notada, sem fazer parte.