sábado, 12 de junho de 2010

Realidade.


Não espere nada de mim, além de um sorriso para uma piada sem graça, sou do tipo que magoa, mesmo que sem saber, pareço ser algo, mas não sou nada do que imagina, talvez muito pior, ou pouco melhor, tenho opiniões opostas a sua só pra te contrariar, minto sobre muita coisa, e posso te decepcionar a qualquer momento, visto uma coisa agora, para me descobrir depois, finjo gostar de você pra não te ver decepcionado, mas no final, isso sempre vai te acontecer, pois não consigo fingir muito tempo, não tenho a beleza necessária para encher os olhos de ninguém, e só faço algo por você se eu não tiver mais nada pra fazer ou se você soube me conquistar, não te ferro agora pra ter o que te cobrar mais tarde e parecer boazinha, te iludo sem saber e te faço sofrer sem ao menos perceber, enjoou fácil do que encontro mais fácil ainda, jogo as pessoas fora como algo que nunca me serviu, te seduzo pra conseguir algo, olho pra você sem ao menos te ver, não faço o que quer só pra te irritar, rio enquanto chora por mim, passo por cima de você se necessário, mudo de caminho pra não te ver, e não sou nada do que te fiz pensar que sou. Vendo pelo lado negativo, parece bem mais fácil me odiar, e essa é a intenção, afinal, aqueles que não sabem o que sou, nunca saberão o que posso me tornar por eles.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Partitura.


Nada como a idealização da felicidade, a inconstância de sentimentos e o aconchego do seu quarto, para tudo se tornar a mais perfeita harmonia já criada pela sua mente. Ao som de um saxofone, uma sanfona muito bem afinada, e uma voz perfeitamente criada, aqui estou, com sensações de felicidade e bom humor, enquanto o mundo lá fora desmorona, e tudo se transforma em cinzas, as mais belas cinzas já vistas por mim. Danço, fico na ponta dos pés, me imagino com roupas leves e escuras, um sorriso estarrecedor no rosto, e com o coração na mesma intensidade do tempo, ambos parados, pois a minha mente esqueceu-se deles, na sua forma egoísta e preocupante. De repente a sanfona para, guitarras surgem, baterias são tocadas em um som harmonioso, uma voz melosa entra, desculpas são ditas por essa voz tão conquistadora, a minha felicidade idealizada se foi, não consigo controlar mais meus impulsos e o mundo que antes se encontrava fora, derruba a minha porta, e as cinzas agora são negras e não me deixam respirar, onde está a bela voz que antes me acompanhava? Cadê os seus instrumentos de alegria? Perdi-me no som ensurdecedor, me deixo levar, afinal estou aqui pra isso, pra ser levada, onde se esqueceram de me deixar.

domingo, 6 de junho de 2010

Como caixas.


Somos como caixinhas, guardamos tudo, mas com o tempo não cabe mais nada, e sua tampa cai, e as coisas esparramam pelo chão, coisas essas, chamadas de sentimentos.
Somos capazes de guardar qualquer raiva, qualquer rancor, qualquer amor, mas temos limites para tudo, e chega uma hora que estamos cheios, e o que era guardado há tempos é jorrado para fora, para que novos sentimentos possam entrar. Tentamos muitas vezes suportar o limite das coisas, mas por mais tempo que isso leve, o final sempre é o mesmo, as coisas que estavam na caixinha são jogadas pra fora, o ruim disso, é que desgasta, e à medida que tentamos encher a caixa com coisas, o seu tempo de duração é menor, pois está sendo forçada a suportar algo que não pode.
Podemos ser comparados a tudo, mas o que sentimos jamais será entendido pra ser comparado.