sexta-feira, 16 de abril de 2010

Saída de emergência.


Estava querendo fugir, me mandar, sair disso tudo, mas não há jeito, não há modo, me parece não ter saída, e eu cansei de buscar o final, e agora o deixo vir até mim, cansada, de pés descalços, cabeça baixa, envolta de um ar triste e de sentimentos pesados estou eu, entregue ao pecado e ao jogo que me parecia inofensivo e empolgante, mas que agora me amedronta, e me faz pensar cada vez mais em minhas decaídas estratégias, me sinto só, rodeada de jogares. Não sei como agir, como me mexer para parecer boa como eles, não sei pensar como eles, não sei comer como eles, não sei andar como eles, não sei sorrir como eles, e peço perdão por não ser como eles, parecida em nada, mas também em nada diferente, e sou obrigada cada vez mais a aprender, para poder viver, para poder ser, para poder estar, mas não vivo, não sou, e não estou, pelo menos para eles não, e eu me importo sim, pois nesse mundo que não estou, sou posta para fora. Será que devo levantar? Será que é para falar? Eu nunca sei, e me comporto onde só queria viver. Quem sabe eu não vá para um lugar melhor depois que encontrar uma saída de emergência, ou quem sabe a saída de emergência seja eu mesma e de alguma forma eu não consiga me encontrar.