sexta-feira, 18 de março de 2011

Certa vez o tempo me disse...


Não posso te curar, mas posso fazê-la esquecer, o que não se esforça pra lembrar. Neste exato momento eu me perguntava por que tudo não poderia acontecer a meu modo. Estava andando em um parque, havia um lago e uma roda de garotos tocando violão, sentei em um banquinho branco, observei, percebi o quanto da vida havia perdido apenas por acomodação, vontade não me faltava, me faltava fúria, disposição, apoio. Eu sempre quis ser essas pessoas sem rotinas, que de repente acordam um dia e falam “Vou viajar, não sei pra onde, mas vou”, pega suas coisas e vai, simplesmente segue, acampam com um cara que acabou de conhecer e que se torna o cara de sua vida, fica sem comida, sem água, sem luz, faz um lual, seu banho é a praia, seu esporte é amar, tocar e curtir, seu hobbie é não ter um hobbie... Tudo isso não passa de idealizações, e eu me perguntava insistentemente “Por que tudo não poderia acontecer a meu modo?” e veio a resposta, sentou-se ao meu lado e disse “Tudo aconteceu ao seu modo, suas escolhas foram o seu modo de viver”, eu só sorri, sorri por fora, mas por dento lamentava. Eu sei o quanto me dói não me importar com o que é tão importante, e como sempre faço, me acomodei com a idéia de que com o tempo eu mudaria, e que isso seria apenas mais um término, e ao sair dei de cara com o tempo que me olhou sarcasticamente e disse “Não posso te curar, mas posso fazê-la esquecer o que não se esforça pra lembrar”. Proposta tentadora e que não penso em recusar, fica aqui, guardada, e vou me tornando uma garota de negócios.

2 comentários:

  1. Certa vez também encontrei o tempo, em uma época em que eu estava triste, indignado e insatisfeito com tudo o que me acontecia. Ele me olhou, sério, sereno e me perguntou:
    -Por que estás aí, sentado dessa maneira, me parece tão chateado. O que lhe aflinge?
    Por um momento olhei para o sujeito que apareceu do meu lado e me perguntei o quão estranho era alguém, até então desconhecido, chegar e me questionar dessa maneira, mas ao olhar um pouco mais antentamente percebi de quem se tratava e um pouco mais revoltado falei:
    -Me entristece ver que as coisas nunca parecem ocorrer como eu gostaria, como eu planejo. Chego até a acreditar que o seu amigo, o Destino, sente prazer em me ver assim, em não permitir que eu seja feliz...
    -Não fale assim do meu amigo! Ele nunca que iria lhe desejar mal. Lembre-se que ele age de acordo com suas decisões, com suas atitudes. Às vezes o encontro e juntos caminhamos, com um propósito em comum. Eu, de certa forma, mais independente, mas ele sempre de acordo com as ações, com os costumes e jeitos das pessoas, por mais que ele perceba que não caminha para algo bom. É aí que minha presença ao seu lado me faz "importante", não mais do que ele, pois não somos nós quem decidimos isso. - Me respondeu o Tempo, me olhando nos olhos, com um olhar que transbordava sabedoria, experiência.
    Escutei atentamente o que me dizia. Senti o peso de suas palavras, e já sem saber o que fazer lhe fiz um apelo.
    -Não sei mais o que fazer. Gostaria de poder voltar, contigo ao meu lado, e desfazer tudo que o que fiz anteriomente julgando ser o certo, refazer minhas escolhas para que assim tudo caminhe como eu gostaria.
    Ele abaixou o olhar e deu um sorriso, não um que me levasse a acreditar que meu pedido seria atendido, mas um que dizia "Ele ainda não compreendeu, mas logo logo entenderá". Ainda de olhos abaixados ouvi ele me dizendo:
    -Infelizmente não posso chegar e simplesmente fazer isso, esse não é o meu objetivo aqui. Não vim aqui para lhe 'curar' dessa forma, mas para lhe ajudar a enxergar o que fazes. Suas ações constroem o seu caminho.
    -Então me faça esquecer! Isso, me faça não ter que lembrar de todas essas coisas ruins que me acontecem.
    -Posso lhe fazer esquecer o que te aflige, se me deixar. Se isso vai lhe curar não sei dizer. Pode ser que não venha a pensar nesses assuntos por um bom tempo, mas chegará um momento em que tudo poderá vir à tona novamente. - Disse o Tempo, e antes que eu pudesse questionar ele continuou:
    -Não pense que isso é pra lhe punir, ou que seja para o seu sofrimento, mas tudo o que acontece, no final, o tornará mais maduro, mais experiente, lhe ensinará e por isso não posso simplesmente apagar essas coisas de ti.
    Agora quem estava de cabeça baixa era eu. Ele repousou a mão no meu ombro, olhei para ele, e sorrindo concluiu:
    -Estou aqui para te ajudar, mas cabe a você me guiar na maneira como quer que eu lhe ajude. Dependendo da sua escolha, poderei eu mais uma vez caminhar ao lado do meu amigo Destino e juntos, nós três, sermos bons amigos!
    Ele levantou, eu já lhe retribuía o sorriso com o qual me disse as últimas frases. Bagunçou meu cabelo, em um gesto igual ao que um irmão mais velho faz com o irmão caçula. Também me levantei, apertei sua mão, e ele partiu.
    Assim me despedi dele, do Tempo, com a certeza de que tinha feito mais um amigo. Levantei e parti, agora mais do que nunca com a certeza de que "Eu sou o dono do meu caminho!".


    Acho que vou postar isso no meu Blog ^^, se me permitir, afinal escrevi isso pra ti ;D

    Não repara nos erros de português não... Fui escrevendo direto aqui, nem parei para revisar direitinho.

    =***

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  2. oxente, pode postar sim! Pode não, deve, hsuahushauhsa.

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