quarta-feira, 9 de junho de 2010

Partitura.


Nada como a idealização da felicidade, a inconstância de sentimentos e o aconchego do seu quarto, para tudo se tornar a mais perfeita harmonia já criada pela sua mente. Ao som de um saxofone, uma sanfona muito bem afinada, e uma voz perfeitamente criada, aqui estou, com sensações de felicidade e bom humor, enquanto o mundo lá fora desmorona, e tudo se transforma em cinzas, as mais belas cinzas já vistas por mim. Danço, fico na ponta dos pés, me imagino com roupas leves e escuras, um sorriso estarrecedor no rosto, e com o coração na mesma intensidade do tempo, ambos parados, pois a minha mente esqueceu-se deles, na sua forma egoísta e preocupante. De repente a sanfona para, guitarras surgem, baterias são tocadas em um som harmonioso, uma voz melosa entra, desculpas são ditas por essa voz tão conquistadora, a minha felicidade idealizada se foi, não consigo controlar mais meus impulsos e o mundo que antes se encontrava fora, derruba a minha porta, e as cinzas agora são negras e não me deixam respirar, onde está a bela voz que antes me acompanhava? Cadê os seus instrumentos de alegria? Perdi-me no som ensurdecedor, me deixo levar, afinal estou aqui pra isso, pra ser levada, onde se esqueceram de me deixar.

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