quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Jogo da avida.


Pediram-me romance ultimamente, mas geralmente conto o que vivo. E isso eu não tenho vivido, talvez por vontade, talvez por achar que não é o momento certo, talvez por não encontrar o que procuro, ou talvez por você já ter ido. Dava até pra fazer um belo jogo com a minha vida, vender pra crianças, mas acho que não, não seria educativo, poderia vender para adolescentes, mas esses preferem sites de relacionamentos. Pensando bem não seria algo com fins lucrativos, poderia doar tais joguinhos para quem não tem o que fazer e gosta de resolver questões de múltipla escolha. A maioria das questões seria sobre sentimentos e amor, as outras sobre filosofia de vida e problemas, seria um jogo difícil, envolvente, e chato se jogasse muito, no começo seria interessante e empolgante, depois ele seria deixado de lado, e lembrando em um dia de domingo chuvoso que não se tem nada pra fazer. Alguns até poderiam aprender algo novo, os de pouca ou muita idade não teriam prazer nenhum em jogar, os apaixonados olhariam apenas as respostas, os cansados apenas as perguntas, os curiosos jogariam até a metade, e os desacreditados viciariam. Pensei até em um nome, “jogo da avida”, o “a” na frente do “vida” seria de negação, e com o tempo que fossem jogando, o “a” sumiria, e passaria a se chamar “Jogo da vida”, e logo abaixo em letras pequenas estaria escrito “aquele que só se entende quando se termina de jogar”. Não arrecadaria nada com isso, acho até que ninguém o jogaria até o final, parece chato e misterioso demais para se continuar, mas ficaria feliz se alguém realmente o jogasse até o fim e descobrisse o que vem sendo escondido desde o começo.

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